Carla, Rodrigo & Eduardo

Uma história contada ao contrário...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mais um 28 de Abril...

Começo este post ao som de No Speak - No Doubt , linda canção, que marcou muito (e ainda marca)...deixa eu respirar, tomar um ar pra seguir o post...
Pois é, como se comemora o nascimento de alguém que já morreu? Contraditório ... estranho pensar assim.
Simplesmente uma pessoa some. Tudo q ela viveu, representou, sentiu, some.
Na minha religião, o espiritismo, a vida continua. Somos seres eternos, espíritos em busca da perfeição. Viemos a terra pra acumular experiências, aprender à sermos melhores, e nos tornar seres de amor. Como existe a reencarnação, então, pela lógica o Rodrigo reencarnou varias vezes, então esta não seria a data oficial do seu nascimento? Ai jesus, embaralhei ate meus pensamentos agora... Divagar sobre o nascimento/morte é complicado mesmo...
Mas esta data não tem como passar em branco. Seria uma data feliz, comemoraria, como escrevi nesta mesma data no ano passado, fazendo alguma coisa pra ele. Mais uma vez escrevo este post e o meu presente será o mesmo: missa. É o que dá...

Hoje ao acordar, rezei, conversei com Deus, me concentrei muito no Rodrigo, me imaginei dando um abraço bem apertado nele, e mentalizei (com toda a força da minha alma) o meu presente pra ele. O mesmo presente que em vida eu dava sempre...um segredinho nosso, uma coisinha simples e singela, que marcava a nossa relação como um gesto delicado e de amor: uma rosa. Mentalizei, na esperança de entregar pra ele, lá no outro lado, este presente q era uma marca nossa, coisa de casal, simples e delicado. Pelos nossos laços de amor, que eu tenho certeza q existiram, espero que chegue até ele, como um carinho que eu mando, pra ele se sentir feliz e saber o quanto importante e amado ele foi (e ainda é).
Passo o dia assim, aliás alguns dias da minha vida são assim, pensando nele fortemente e tentando transmitir o amor q tenho aqui dentro. Sei q a única maneira de ele ter conforto (e eu também, por que não?) é seguir este caminho... Não o caminho da dor... senão seria sofrimento pra nós dois... Prefiro seguir o caminho da saudade e do amor. Nos sonhos q tenho seguidamente com ele, nas conversas, procuro sempre demonstrar isso: carinho e saudade, nunca sofrimento. mesmo por que a fase aguda do sofrimento já passou. A dor mudou, tomou outra forma mas continua aqui, diferente, mas presente. E ela não me impede de sentir amor por ele, o mesmo amor. É este amor q tento transmitir...
Estes dias sonhei com ele, um daqueles meus sonhos q são passeios, conversamos muito, no jardim da minha casa, (sim, o jardim da minha casa nova, que ele em vida não conheceu, mas que foi ele q me deu). No sonho ele me mostrou uma plantinha que eu tenho em um vazo. Esta planta, estava toda quebrada e feia (de verdade ela está, ela caiu no chão mês passado, quebrou e tá bem feia a coitada rsrs). Me disse q Deus fez exatamente isso com a minha vida, perguntei e ele mandou eu analisar a planta... Logo olhei de novo pra ela e vi ela linda, maravilhosa, pomposa! Então falei: Deus precisa destruir, quebrar, acabar com a gente, para podermos renascer, maiores, melhores e mais fortes. Para deixarmos os "galhos" que estávamos acostumados, deixarmos pra traz a mesma coisa, que não nos leva pra frente nem pra trás, para criarmos algo novo. DEUS modifica a nossa vida para termos desafios, sair do acomodamento e crescermos (por dentro e por fora). 
Gente, pensei nisso tudo em sonho...
No fim o Rodrigo sorriu gostoso, me deu um abraço e sumiu, mandou eu acordar senão ia me atrasar pro trabalho...
E não é q eu acordei? Acordei gostoso, com um sorriso e ainda sentindo o abraço de despedida, olhei no relógio: faltava 6 minutos para o meu relógio despertar, pensei: Que coisa, até de lá ele me controla no horário rsrs.
Mas ficou a lição, quem ganhou o presente fui eu. Falamos mais coisas no sonho, mas não lembro, fiquei apenas com esta lição o dia todo na cabeça... Tem alguns sonhos meus que realmente são diferentes... fico tão feliz quando eles acontecem, pra mim é a certeza de que o Rodrigo esta bem, e q ainda temos muito o q aprender.
Minha religião ensina: só os laços de amor são eternos...
É, SÃO MESMO...
Então, hoje, no dia que ele completaria 28 anos, meu maior e melhor presente é o meu amor.
Puro, verdadeiro, forte, o mesmo amor de dois anos atrás. 
O mesmo amor q não morreu em centenas de anos, não vai ser só 2 aninhos q vai acabar!
Pra você, Rodrigo, pelo que você foi pra mim, pelo que vc fez por mim (na vida e na morte)
hoje, eu mando todo o meu AMOR!
"Viver é não esperar a tempestade passar, é aprender como dançar na chuva"

Partida e chegada
Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram. 
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "já se foi". Terá sumido? Evaporado? Não, certamente.
Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. 
Mas ele continua o mesmo.
E talvez, no exato instante em que alguém diz: "já se foi", haverá outras vozes, mais além, a afirmar: "lá vem o veleiro" !!!
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi".
Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem  dentro do mistério divino.
Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita.  E é assim que, no mesmo instante em que dizemos:  "já se foi", no além, outro alguém dirá : "já está chegando". Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida.
Na vida, cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas.
De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Assim, um dia, todos nós partimos
como seres imortais que somos todos nós ao encontro daquele que nos criou.