Carla, Rodrigo & Eduardo

Uma história contada ao contrário...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

AO FIM DE TUDO - Cidadão Quem



Minhas lágrimas não caem mais
Eu já me transformei em pó
E os meus gritos não se escutam mais
Estão na direção do sol
Meu futuro não me assusta ou faz
Correr pra desprender o nó
Que me amarra a garganta e traz o vazio de viver e só
Se alguém encontrou um sentido pra vida, chorou
Por aumentar a perda que se tem ao fim de tudo
Transformando o silêncio que até então é mudo
Naquela canção que parece encontrar a razão
Mas que ao final se cala
Frente ao tempo que não para
Frente a nossa lucidez...
Aiai, hoje as músicas tão pesadinhas né...

Estar com vc

Hoje acordei assim:
Quantas vezes me sinto sozinho
procurando sem saber o que
me perdendo pelo caminho
Por favor onde anda Você?

Quantas vezes me vejo no espelho
e nao sei mais responder quem sou
Fico correndo
atrás do tempo
que um dia o
medo me roubou

Sinto Sua falta
agora entendo
Peço segure firme
a minha mão
Se de Você
estou distante
Ao meu redor só
Vejo escuridão

Uma voz rompe o silêncio
Que havia dentro do meu coração
Vem transformando o sentimento
Me mostrando qual a direção

e Você me aceita de volta
e me diz que nada mais importa
eu só quero estar
de novo com Você
estar com Você!!!

 

Preciso dizer mais alguma coisa?
Tem dias q a saudade bate tão forte, de uma maneira q chega a doer.
Achei q ja havia aprendido a conviver com esta dor.
Engano meu...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Eu sabia que esta hora ia chegar

Pois é eu sabia que, mais dia menos dia, o Eduardo ia me perguntar sobre o pai. Não achei  q ia ser fácil, mas realmente foi pior do q eu imaginava. Vou tentar transcrever o diálogo.
Toda a noite nós rezamos, e no fim, dizemos q amamos o papai.

"....E livrai-nos de todo mal. Amém. Papai amo vc."
- Mãe, o papai me ama?
- Ama filho, muito, sempre te amou e sempre vai te amar.
-Então se ele me ama, pq ele não vem me ver?(nessa hora eu vi q ia ser complicado)
-Por que ele tá muito longe, lá com o papai do céu.
-Mas o papai do céu é mal? Por que ele não deixa o pai vir aqui me ver?
-Não filho, o papai do céu é muito bom. Mas o papai morreu, virou um anjinho. E os anjinhos não podem vir ver a gente.
-Ahh ele morreu? (nesse momento ele ficou visivelmente triste, foi como se uma luz acendesse nele e ele tivesse entendido o q aconteceu, ficou repetindo, repetindo) Ele morreu, ele morreu... Por que ele morreu mãe?
-Por que ele ficou doente, muito doente(eu parei um pouco, rezei, pedi ajuda por que eu não estava conseguindo mais, o choro estava vindo e eu tinha q mostrar que aquilo não era dolorido, embora eu estivesse cortada por dentro. Sim, eu NÃO SABIA MAIS COMO EXPLICAR, cada coisa que eu dizia ele me perguntava mais e mais. O Eduardo cresceu e questionamentos são normais, só que eu já não sabia mais o que dizer... Rezei muito pedindo ajuda)
-Mas ele não foi no médico?
-Foi sim.
- O médico não deu remédio para ele?
-Deu filho, mas não adiantou.
-Por que não adiantou?
-Por que ele tava muito muito doente. Filho tu tem saudade do pai?
-Tenho, queria brincar de carrinho com ele. Mas ele morreu. Como que eu vou no pai?
-Filho faz assim, dorme, sonha com ele. Quando a gente sonha, a gente vira anjinho tb, e vai la aonde o pai está. Ai quando tu estiver com ele, tu brinca de carrinho tá. Abraça, beija ele. Ai depois q tu brincar bastante, tu volta, e acorda. Quando a gente dorme e sonha, a gente vai ate onde esta o papai do céu.
-Quando a gente dorme a gente vai pro céu mãe?
-Vai filho, dormindo a gente vai pro céu e volta quando acorda. Quando a gente morre, a gente vai pro céu mais não volta, por que quando morremos, não dá pra acordar.
-Ahhh, mas meu pai não vai mais voltar então? Ele não vai acordar?
- Não filho, ele não vai vir aqui, só você que pode ir lá ver ele. Então vamos dormir, ai tu vai la ver ele tá bom? A mãe ta aqui contigo...
-Mas mãe...
-Eduardo, dorme, e sonha com o pai tá. Tá tarde e tu tem q ir pra escola. Te amo filho.
-Ta bom mãe. Posso levar o Batman?
-Pra onde? Pra escola? pode filho, amanha é dia de levar brinquedo.
-Não mãe, pra brincar com o pai...
-ahh, pode.
-Então vou dormir com o batman na mão.
-Tá Eduardo, então dorme...boa noite.

O diálogo foi mais ou menos assim. Não preciso dizer que eu já tava chorando muito, mas tentava controlar. Acho q foi um dos piores momentos da minha vida. Fiquei com muita pena do Du, por ver visivelmente que ele tinha falta do pai, e eu não podia fazer nada, tentei ensinar do meu jeito, com a minha crença...mas é muito difícil. Não achei q fosse tanto...