Carla, Rodrigo & Eduardo

Uma história contada ao contrário...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

11 meses



Eu tento te esquecer
Mas tudo que eu escrevo
É sobre você
Eu não posso me enganar
Fingir que estou bem
Porque não estou
Preciso de você
Essa noite
E hoje estou aqui
Só pra te cobrar
O que você disse
Que iria ser pra sempre
Mas não foi assim
Agora o que me resta
Escrever nessa carta
Pra lembrar
Eu passo tanto tempo
Só te procurando
Em um outro alguém
Mas não posso me enganar
Sinto sua falta
E ninguém pode ver
Preciso de você
Essa noite
E hoje estou aqui
Só pra te cobrar
O que você disse
Que iria ser pra sempre
Mas não foi assim
Agora o que me resta
Escrever nessa carta
Preciso de você

É, mais um mês se passou. E nada mudou. É estranho pensar no valor do tempo. Tem vezes que ele vale muito, outras vezes não vale nada. Este tempo que passou, desde a morte do Rodrigo, foi muito diferente, doido. E mesmo assim passou rápido demais. Mesmo já se passando quase um ano a imagem dele ainda é viva e fresca dentro de mim.
Ano passado, neste mesmo dia, o Rodrigo já vinha sofrendo com sangramentos na gengiva e febres esporádicas. Neste dia ele teve um sangramento muito muito intenso mesmo. Fomos pro dentista e depois achamos q tudo estava resolvido. Mas não estava. Se tivéssemos feito um exame de sangue nesta época talvez ele ainda estaria aqui.
Mas tudo são suposições, não posso mudar nada se eu ficar me cobrando. Eu fiz o que eu achava certo. Pena que eu não fiz a tempo.
Em tanto tempo é a primeira vez q eu fico um tempo tão longo sem ver ele. Nunca fiquei tanto tempo assim. E depois que casamos, nunca fiquei um diazinho sem ver ele. Nunca fiquei mais de 8 horas longe dele (8hs por que nós trabalhamos né hehe) e mesmo nestas 8hs, eram vários telefonemas durante o dia. Afffffffffffff tenho muita falta dos pequenos detalhes.
Ele faz uma falta. E a falta é bem maior do que eu pensava que ele faria...
A gente só tem real noção do valor das coisas quando não temos mais elas. Enquanto estão ao nosso alcance achamos q sempre estarão ali. Mas não nos damos contas que nada é eterno.
Eu achava que o Rodrigo era eterno.
Ele cuidava de mim, tinha uma força interior que só eu conheci.
Esta força fazia eu achar q nada de ruim aconteceria com ele, e nem comigo.
Ele defendia a gente de uma maneira, que eu achava que ele não deixaria ninguém nos fazer mal.
Me esqueci que ele não tinha poderes mágico,
as vezes eu achava que tinha.

"Nem tudo tem sentido ou tão pouco explicação, a gente vai vivendo, acertando e aprendendo, vai errando e refazendo, seguindo o fluxo da vida.

Mas nem tudo pode ser explicado, vontades, desejos, fatos, acasos. A gente aceita a vida, a gente ajeita a vida, a gente aproveita a vida!

A vida é feita de oportunidades e como mesmo Shakespeare já me fez entender que oportunidades não são perdidas, alguém vai aproveitar elas por você…"

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