Carla, Rodrigo & Eduardo

Uma história contada ao contrário...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Depois de mais de um ano...

Pois é, hoje eu resolvi atualizar o blog... Depois de tanto tempo, não há explicação, nem motivo. Dizer q eu estava ocupada, q simplesmente meu dia andava cheio, vai parecer muita lorota. E seria mesmo, afinal eu não teria pelo menos 5 minutos mensais para passar aqui q postar alguma coisa. Teria sim, lógico que tive. Então simplesmente deixei de lado e pronto. Assim seca e verdadeira. Parei e deu. Me esqueci deste mundo virtual...
Acontece que hoje me deu uma vontade de escrever de novo, escrever o que aconteceu neste ano q eu fiquei desaparecida. Muita coisa mudou, muita coisa aconteceu. Mas eu, principalmente eu mudei, e muito. Nós mudamos, nós nos adaptamos... Tenho tanto pra contar, tanto pra dizer, nem sei por onde começar. Talvez motivada pelo blog q descobri: para Francisco http://parafrancisco.blogspot.com/ resolvi escrever para o Eduardo. Não, eu não estou imitando a incrível e guerreira Cris Guerra, que teve a maravilhosa ideia de fazer um blog para o filho ter a oportunidade de conhecer a historia do pai, antes que se perdesse na memória. Não tenho esta pretensão. Só quero escrever, contar mesmo o que esta se passando comigo. Talvez alivie. Talvez passe, sei lá, talvez...
Acontece, que a coisa mais importante q me aconteceu e me motivou mesmo a escrever foi um divisor de águas na minha vida. Até 15/08/2007 eu postava coisa s felizes, éramos uma família feliz (não q não sejamos mais)é doido ler os posts antigos, dá saudade... Vivemos assim, uma família feliz, unida, cheia de problemas e sonhos até o dia 11/06/2008.
Bom, neste dia perdemos a estrutura. Descobrimos, eu e o Rodrigo, q ele estava com Leucemia, e esta já estava em um grau bem avançado, não tivemos tempo de nada, de absolutamente nada, pois no outro dia ele entrou em coma e no outro ele morreu. Assim mesmo. Simples demais, rápido demais.
Não tenho muito o que explicar, simplesmente perdi o meu passado e o meu futuro. Perdi o chão, perdi o amigo, perdi o pilar. Perdi o carinho. Tive que ser forte, engolir o choro, vestir a camisa do "Eu tô bem" e seguir em frente. O Dudu não entendeu nada do que aconteceu e ele merecia uma mãe inteira para suprir a falta do pai. Difícil foi, depois de três dias o Eduardo acordar no meio da noite e perguntar: Mãe cedê o pai?- Tá trabalhando filho, dorme bebe! Era o q eu dizia quando ele perguntava pelo pai, só q antes era verdade....
E agora, o q fazer da vida? como levar a vida? Foi as primeiras coisas q me surgiram na cabeça. Resolvi não mudar nada da minha rotina, pelo Eduardo e por mim. Eu precisa sentir q meu mundo ainda era o mesmo (ilusão, doce ilusão). Voltei pra nossa casa depois de três dias. Não aguentava mais a casa da minha mãe, precisava da minha cama, das minhas coisas, mas não foi fácil aprender a dormir sozinha ali. Era inverno, fazia frio, eu chorava muito... Os q me conhecem sabem o q o Rodrigo significa pra mim, sabem q estes 8 anos foram intensos e verdadeiros. Só quem viveu com a gente sabe q nossa relação. Se eu ficar descrevendo aqui o jeito q o Rodrigo era vai parecer q eu to idolatrando ele por que ele morreu. Não é não. Ele era assim mesmo, um brincalhão, uma pessoa de coração enorme, um paizão q amava o filho acima de tudo, um marido-amigo maravilhoso...sei lá........ díficil falar dele, por mais q eu diga nunca vou conseguir expressar...tem um post aqui no blog q fiz só pra ele, foi um dos primeiros posts, confere.
Não vou prometer ser mais assídua, mas vou prometer dar a minha alma quando eu estiver postando. Preciso disto. Preciso q alguém escute o q eu tenho aqui dentro, falando eu não consigo.... Doí demais e eu não gosto de chorar na frente dos outros, me sinto impotente.
Farei o possível, pelo Eduardo, por mim...

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